segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

PELO DIREITO À INFORMAÇÃO
*Sandra Maria Xavier Beiju

Essa é uma denúncia sobre fato recente, objeto da Política Educacional do Município de Aracaju. A Secretaria de Educação deixou de cumprir o seu papel de órgão central da educação municipal, portanto catalizador de toda informação que seja do interesse dos profissionais que compõem o quadro permanente do seu Sistema de Ensino. No período de 01 de dezembro/09 a 08 de fevereiro/10, o MEC abriu inscrição para um Curso de Especialização em Educação infantil de 360 horas, a ser ministrado pela UFS. A inscrição estava disponível na página do ministério, através da Plataforma Freire, sistema criado, a partir da instituição do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica, resultado da ação conjunta do Ministério da Educação, de Instituições Públicas de Educação Superior (IPES) e das Secretarias de Educação dos Estados e Municípios, no âmbito do PDE - Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação – que estabeleceu um novo regime de colaboração da União com os estados e municípios. Ocorre que a SEMED/Aracaju jamais enviou as escolas de Educação Infantil do seu sistema informação sobre o curso referido. Isso prejudicou profissionais que atuam nessa modalidade de ensino, na escola. Ficaram fora do processo, por não terem acessado a informação no tempo hábil. Sabe-se que estudar é uma necessidade perene de todo profissional da educação, sobretudo do que trabalha na escola, pois é lá, que diuturnamente se manifesta toda complexidade oriunda da estrutura e da vida social do tempo presente. Todo dia, há desafios a serem enfrentados no “chão” da escola. É contraditório, mas SEMED, não deu qualquer importância a essa necessidade, visto que não se ocupou em expedir qualquer meio de informação aos professores sobre essa oportunidade de estudar, e acrescente-se, “rara”, pois é um curso de especialização (formação continuada) público, voltado aos profissionais da área da educação infantil. Pode-se dizer: a informação esteve acessível a todos, via internet! É verdade, porém, há de se considerar algumas variáveis que interferiram no acesso a informação: 1 – a maioria dos profissionais que atuam na Educação Infantil é feminina. A mulher tem várias jornadas de trabalho, ao chegar a casa tem que dá conta de tarefas domésticas, filhos pequenos e grandes, além de organizar material didático e aulas para o dia posterior; 2 – há muita gente ainda que não faz uso regular da internet, as vezes, porque não sobra tempo na rotina diária; 3 – o MEC informa na sua página que uma das tarefas das secretarias municipais e estaduais é “divulgar o curso entre os seus profissionais”; 4 – a Secretária de educação de Aracaju preside a UNDIME estadual, ou seja, ela lidera os dirigentes da educação dos municípios de Sergipe, é uma interlocutora nata junto ao MEC. Nesse papel e como Secretária de educação há cerca de seis anos, sendo ainda profissional concursada no Município de Aracaju há mais de 20 anos, experiente na área do ensino, e com tal acúmulo no exercício do cargo, tem o dever e obrigação de INFORMAR e COMUNICAR, a toda escola municipal, um assunto de tamanha importância, pois diz respeito diretamente a formação do professor. Não é novidade que o município de Aracaju possui IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) abaixo de 4, considerado baixo. Os piores índices estão nos municípios das regiões Norte e Nordeste. Não há como negar que o Ministério tem apresentado políticas voltadas à melhoria da educação no Brasil, muitas passíveis de críticas severas. Todavia, a questão posta aqui é: De que forma, com que metodologias, o Estado e os municípios têm encaminhado às políticas propostas pelo MEC, para que estas venham impactar na qualidade da escola? Todos (governador, prefeitos, secretários) querem o “dinheiro” canalizado para estas políticas. Para quê o tem utilizado? E a política educacional local, cadê? O que temos? Por fim, vale ressaltar que a despeito da SEMED não ter tido qualquer preocupação em encaminhar a informação do Curso de Especialização em Educação infantil, as escolas, as suas Diretora de Ensino (setor pedagógico da SEMED) e a Coordenadora da Educação Infantil, fizeram inscrições. A elas foi garantido o direito de estudar, visto que têm acesso direto e irrestrito à informação já que estão na Secretaria, aos profissionais que estão na escola, a SEMED, negou esse mesmo direito, se omitindo de fazer a informação chegar até lá.


*Professora concursada no Sistema de Educação de Aracaju e na Rede Estadual de Sergipe.

Escola Estadual Profa. Judite Oliveira

Ano letivo: 2013

Autora: Profª Sandra Maria Xavier Beiju



VOZES D'ÁFRICA

Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? 
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes 
Embuçado nos céus? 
Há dois mil anos te mandei meu grito, 
Que embalde desde então corre o infinito... 
Onde estás, Senhor Deus?... 

Qual Prometeu tu me amarraste um dia 
Do deserto na rubra penedia 
— Infinito: galé!... 
Por abutre — me deste o sol candente, 
E a terra de Suez — foi a corrente 
Que me ligaste ao pé (...) 

Castro Alves


Aracaju – SE, novembro de 2013
JUSTIFICATIVA
No dia primeiro de janeiro do ano em curso foram completados dez anos de aprovação, no Brasil, da Lei Federal 10.639/03. A aprovação desta lei foi um avanço, fruto de lutas históricas travadas por vários grupos do movimento negro nacional, reivindicando um espaço instituído legalmente para o estudo, debate, pesquisa e produção de conhecimentos escolares sobre a história e cultura Afro-brasileira. Em junho do ano 2004, O Conselho Nacional de Educação – CNE – aprovou a Resolução no. 01, estabelecendo Diretrizes curriculares específicas para essa área. Pois bem, o espaço está legalmente instituído, porém ainda não “reconhecido e consolidado” através das práticas pedagógicas escolares. Continuamos indiferentes a existência da Lei 10.639/03, seguimos a margem dela, e, passamos os duzentos dias letivos, sem mencionar qualquer conteúdo relacionado à história e cultura afro-basileira. De quem é a responsabilidade? Não é tarefa desse projeto apresentar respostas a essa questão. No entanto podemos afirmar que existem órgãos centrais de educação, inclusive com a prescrição constitucional de elaborar e executar as políticas educacionais, e na maioria das vezes, esses ditos órgãos não primam por observar a legislação vigente, especialmente no que se refere a conquistas que mexem na estrutura conservadora que ainda predomina nas referências de currículo vigente nas Redes de ensino pelo país afora, inclusive de Sergipe. Observa-se um vácuo imenso no empenho, por exemplo, para produção/impressão de material de estudo que deveria chegar às escolas, nas salas de aulas, nas mãos de professores e dos alunos. Os livros didáticos adquiridos pelo Programa Nacional do Livro Didático – PNLD/MEC – direcionados aos anos iniciais do Ensino fundamental são omissos, no seu conteúdo programático, em relação à História da África e Cultura afro-brasileira. Falta uma ação efetiva e sistemática de formação continuada de professor com estudo das temáticas estabelecidas no texto da lei. Não nos referimos a “atividades eventuais” como palestras, seminários, exposições. Falamos de formação contínua e permanente que deveria acontecer todo ano, com uma agenda amplamente divulgada nas escolas e horários que mobilizassem o maior número de participação dos docentes e demais profissionais da educação nas atividades de formação/estudo.
Ante o exposto cabe destacar que a referida lei precisa sair do papel e de fato, tomar lugar nos currículos em execução nas escolas brasileiras e em especial de Sergipe, visto que como o próprio texto legal afirma trata-se de resgatar a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à História do Brasil. Talvez se diga que no ensino médio há estudos sobre esse conteúdo na disciplina de história, mas isso é pouco. Trabalhar a proposição da mencionada lei em uma disciplina curricular não responderá ao objetivo maior: transformar a concepção, a visão que temos da África e dos povos africanos trazidos ao Brasil como escravos e do próprio processo histórico da escravidão, que no nosso país, durou mais de três séculos. Mais de trezentos anos de massacre (genocídio), tortura e sofrimento impostos a seres humanos, somente por terem diferenças na cora da pele, no fio do cabelo, na expressão facial. Faz-se necessário que as Redes de ensino assumam essa proposição no currículo geral e coloque-a em lugar de destaque. Estudar e pesquisar sobre a história de cultura afro-brasileira tem que fazer parte do Plano de trabalho de cada escola e não ficar restrito a lembrança de uma data no mês de novembro. Defendemos ainda que estudar sobre a história e cultura afro-brasileira, é tarefa escolar a ser iniciada nas séries iniciais do ensino fundamental, fase da vida importante para construção de identidade e consolidação da auto-estima de crianças e adolescentes. Nesse sentido esse projeto será desenvolvido em turmas do primeiro ao quinto ano do fundamental na Escola Estadual Profa Judite Oliveira, no mês de novembro do ano 2013 e tem por objetivo principal construir conhecimentos e aprendizagens sobre a que contribuam na formação crítica do alunado no que se refere a uma parte muito importante da história do Brasil e da formação do nosso povo: formação genética, econômica e cultural.

OBJETIVO GERAL
Pesquisar, estudar, debater e apresentar elementos básicos sobre a História e Cultura Afro-brasileira, visando conhecer uma face do nosso passado que ainda precisa ser entendida e que poderá ajudar crianças e adolescentes construírem suas identidades de origem africana.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I – Localizar a África na geografia do mundo – A África enquanto continente explorado e colonizado pelos povos da Europa;
II – Pesquisar países africanos de língua portuguesa; e suas relações com o Brasil;
III – Pesquisar conceitos de palavras relacionadas aos povos africanos – escravidão / escravos e outras;
IV – Compreender a origem e o significado do Dia Nacional da Consciência Negra – 20 de novembro. Como surgiu? Por que surgiu?
V – Identificar palavras de origem africana no nosso vocabulário corrente;
VI – Pesquisar elementos culturais de origem africana, presentes na nossa vida atual; (música, ritmos, comidas, festas populares)
VII – Debater caracteres físicos dos povos africanos e sua presença no povo brasileiro; (cor da pele, fio do cabelo, nariz, boca, sorriso, olhos)
VIII – Evidenciar, nos alunos e nas alunas, as belezas de origem africana – a mestiçagem;
IX – Identificar na região nordeste, os estados que mais receberam povos africanos feito escravos:
X – Identificar regiões no Estado de Sergipe onde houve maior presença de africanos escravizados;
XI – Contribuir para a uma compreensão crítica sobre o legado econômico, político e cultural deixado, no Brasil, pelos povos africanos;
 XII – Compreender criticamente informações sobre o processo histórico da escravidão dos povos africanos no Brasil;
XIII – Pesquisar sobre o Quilombo dos Palmares;
XIV – Estudar a história de Zumbi dos Palmares;

CONTEÚDOS
Origem do 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra;
O Continente africano na geografia do mundo;
Países africanos de língua portuguesa;
Cultura afro-brasileira: música, danças, Culinária, vocabulário;
Estados da região nordeste que tiveram maior presença de africanos escravizados;
O Quilombo dos Palmares: história, localização;
História de Zumbi dos Palmares;
O tempo da escravidão;
Escravidão em Sergipe.

METODOLOGIA / ATIVIDADES
Aulas expositivas;
Leituras de textos;
Músicas;
Pesquisas orientadas;
Filmes sobre as temáticas;
AVALIAÇÃO
Participação nas diversas atividades;
Prova escrita;
Exposição coletiva dos conteúdos estudados: cortejo no pátio com alegorias contendo nomes dos países africanos de língua portuguesa;
Declamação de poesia;
Leitura de texto informativo;
Peça teatral.


















ANEXO - I
LEI No 10.639 - DE 9 DE JANEIRO DE 2003 - DOU DE  10/1/2003
                                                              

Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
        Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’."

sábado, 1 de setembro de 2018


PROJETO - CAÇANDO PALAVRAS

ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA ÁUREA MELO ZAMOR

TURMA: F (06 anos – 1º. ano)    

ELABORAÇÃO - PROFESSORA SANDRA BEIJU -

SUPORTE PEDAGÓGICO:  ROSIANE CHAGAS

COORDENAÇÃO: SANDRA SANTANA – GERAL
                               TÂNIA ALMEIDA – PEDAGÓGICA




Caixa de texto: PROJETO “CAÇANDO PALAVRAS”

Para Ler, Escrever e Pensar!







“Aprender a ler como se a leitura fosse um ato mecânico, separado da compreensão, é um desastre que acontece todos os dias. Estudar palavras soltas, sílabas isoladas, ler textos idiotas e repetir sem fim exercícios de cópia, resulta em desinteresse e rejeição em relação à escrita””
 (Marlene Carvalho: in Guia Prático do Alfabetizador)







Aracaju – SE, março de 2011.

PROJETO “CAÇANDO PALAVRAS”
Para Ler, Escrever e Pensar!

“O bom leitor não se faz por acaso. Quase sempre é formado na infância, antes mesmo de saber ler, através do contato com a literatura infantil e de experiências positivas no início da alfabetização”
Marlene Carvalho
1. A ORIGEM DA IDEIA

Temos o privilégio de ter na Escola Municipal Profa. Áurea Melo Zamor, no turno matutino, uma profissional da pedagogia que além de promover sistematicamente uma atividade musical no acolhimento de todas as crianças a partir das 07 horas da manhã, até às 07:30h, pode ser denominada de “caçadora de livros”, posto que vários dias da semana ela nos oferece livros novos, com novas histórias, novas ilustrações e novas fantasias a serem saboreadas por todas as crianças da escola  que freqüentam a Sala de Leitura, pelo menos um dia na semana. Dessa vez o livro veio acompanhado da idéia para realização de um projeto focando a leitura e a escrita. Foi por esse caminho que teve origem o Projeto “Caçando Palavras”. A “caçadora de livros” nos apresentou o belo livro de literatura PIRATA DE PALAVRAS, cuja autora é Jussara Braga, com ilustrações de Ellen Pestili. Vale ressaltar um detalhe: essa obra compõe o acervo literário encaminhado pelo Ministério da Educação a todas as escolas públicas de ensino fundamental através do Programa Nacional do Livro Didático 2010;2011;2012, com a seguinte recomendação “para uso nas salas de aulas de 1º. E 2º. Anos” Pois bem, Pirata de Palavras foi lido e relido várias vezes na turma “F”, 1º ano. O livro circulou de mão em mão, todas as crianças quiseram olhar e olhar “os desenhos” e ler a história que está escrita nele. Passada essa etapa, veio a conversa pedagógica sobre o desejo do “Pirata de Palavras” o menino Heitor, protagonista da história. Ele se dizia pirata de palavras e imaginava com elas criar uma grande história, daí Heitor sempre carregava consigo lápis e papel, e por onde passava ia anotando palavras: de placas, luminosos, nomes de ruas, de objetos e etc. Cada dia ele juntava palavras e assim, ia fazendo uma coleção delas. Nesse sentido e com a turma motivada, foi lançada a proposta: vamos fazer um projeto de caçar palavras? A aceitação foi imediata.
A atividade principal do Projeto Caçando Palavras consiste em mobilizar e orientar as crianças a serem “caçadoras de palavras”, na rua, no trajeto que fazem de casa à escola e em situações outras vividas com os seus familiares. Essa ação é inspirada no personagem Heitor, já mencionado nesse texto.

PROJETO “CAÇANDO PALAVRAS”
Para Ler, Escrever e Pensar!

2. JUSTIFICATIVA

Cada vez mais pesquisas acadêmicas dão conta de que crianças pequenas e em idade escolar possuem grande potencial intelectual para novas aprendizagens, criação e adoção de bons hábitos e formação de valores como: respeito, amizade, solidariedade. Não há período da vida humana mais apropriado à introdução do hábito de leitura e interesse por livros que não seja a infância, fase de muitas descobertas e aprendizagens, fase da rica imaginação, da fantasia, da criação e do desenvolvimento das sensibilidades. É gratificante testemunhar a manifestação do desejo e interesse de crianças que estão na educação infantil, por livros e leitura. É nessa perspectiva que o Projeto Caçando Palavras está sendo proposto, mobilizando as crianças a partir de estratégias de leitura e de escrita sustentadas no lúdico, no prazer e na alegria das descobertas de aprendizagens de novas palavras a cada dia, a cada ida e volta da escola para casa.

A intenção primeira do Projeto “Caçando Palavras” é contribuir diretamente na formação da compreensão por parte das crianças de que a escrita é uma criação humana que está na nossa vida mesmo antes de entrarmos na escola, e que por tudo isso, ela cumpre funções imprescindíveis para a sociedade: registrar nomes, comunicar notícias, registrar conhecimentos e informações, identificar objetos, lugares, coisas e etc. Para além desse objetivo – ajudar cada criança a compreender a função social da escrita – almeja-se potencializar a aprendizagem da leitura e da escrita, por meio da interação direta das crianças com as palavras “caçadas” na rua.



PROJETO “CAÇANDO PALAVRAS”
Para Ler, Escrever e Pensar!



3. OBJETIVO GERAL

Mobilizar as crianças a partir de estratégias desafiadoras – caçar palavras na rua – com vista a levá-las a compreenderem a função social da escrita, e por consequência a aprendizagem da leitura e da escrita.



4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I – Criar motivação lúdica no processo de aprendizagem da leitura e da escrita;

II – Estimular as crianças a “caçarem palavras” todos os dias da semana;

III – Promover a divulgação de todas as palavras caçadas pelas crianças;

IV – Promover a leitura coletiva das palavras caçadas;

V – Introduzir o uso do dicionário na pesquisa sobre significado de palavras;

VI – Proporcionar situações interativas de uso da escrita fora da escola, visando à compreensão da função social da escrita;

VII – Potencializar o protagonismo infantil no exercício do uso social da escrita, visando a construção da autonomia intelectual da criança.







PROJETO “CAÇANDO PALAVRAS”
Para Ler, Escrever e Pensar!

5. METODOLOGIA

A atividade principal do Projeto Caçando Palavras terá o protagonismo das crianças. Cada uma receberá uma caderneta pequena com 96 folhas pautadas na qual deverá fazer o registro diário de palavras que encontram na rua, aproveitando o tempo e o trajeto que fazem de casa para a escola, ida e volta. Todas as cadernetas foram identificadas nominalmente e ilustradas pelas crianças.
Todo dia as palavras caçadas devem ser apresentadas por cada criança em sala de aula, aí, serão lidas e transcritas para uma lista identificada como “Lista das Palavras Caçadas”, datada e assinada por toda turma. Na seqüência, a lista será arquivada em uma caixa previamente preparada para essa finalidade pedagógica. Esse acervo de novas palavras será organizado em ordem alfabética e utilizado em diversas atividades de leitura e escrita realizadas em sala de aula.

O projeto também prevê o envolvimento das mães ou da pessoa adulta responsável por cada criança. Todas serão convidadas a conhecerem o projeto e chamadas a ajudarem a sua criança na realização da atividade principal: caçar palavras na rua e efetivar o registro na caderneta destinada a esse fim. Para isso, receberão orientações pessoalmente de forma oral (por parte da professora), e também por escrito.
A temporalidade do presente projeto estender-se-á por todo ano letivo do ano 2011.


6. RECURSOS NECESSÁRIOS.

·        25 cadernetas pequenas destinadas ao registro das palavras;
·        3 metros de plástico adesivo para forrar cadernetas;
·        25 etiquetas digitadas com identificação do Projeto;
·        Computador com impressora;
·        Papel A4, lápis de cores, cola, tesoura;
·        Recursos humanos – professora, crianças, Suporte Pedagógico  Coordenação da Escola e familiares dos alunos envolvidos.


PROJETO “CAÇANDO PALAVRAS”
Para Ler, Escrever e Pensar!

RESULTADOS ESPERADOS

·        Crianças compreendendo a função social da escrita;
·        Crianças do 1º. ano motivadas e interessadas em atividades de leitura  e escrita;
·        Familiares das crianças envolvidos e comprometidos com a suas aprendizagem das mesmas na escola;
·        Ampliação e melhoria do vocabulário das crianças;
·        Ampliação e melhoria da expressão oral das crianças;
·        Crianças apresentando mudanças no comportamento, manifestando novos e positivos valores na convivência social.



AVALIAÇÃO

As atividades do Projeto Caçando Palavras serão avaliadas nas reuniões pedagógicas previstas no calendário escolar, fazendo uso dos registros e observações sistematizadas pela professora da turma em relação aos seus alunos e pela suporte pedagógico;

Será criado um instrumental “aberto” – entrevista; questionário, para que se possam avaliar as atividades junto às famílias e aos demais segmentos da comunidade escolar.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 2002 – 3v.: il. - Volume 1: Introdução; Volume 2: Formação pessoal e social; Volume 3: Conhecimento de mundo.

LEMLE, Mirian. Guia teórico do alfabetizador. 3 ed.,  Ática, São Paulo:1995
KRAEMER, S. Com a pré-escola nas mãos: uma alternativa curricular. São Paulo: Ática, 1999.

FERREIRO, Emília. A escrita... antes da letra. IN: SINCLAIR, H. (ORG). A produção de notações na criança. São Paulo: Autores Associados, 1990.


LITERATURA INFANTIL – Acervo do Programa Nacional do Livro Didático – PNLD 2010/2011/2012  - FNDE / MEC


BRAGA, Jussara. Pirata de Palavras. Ilustrações – Ellen Pestili. São Paulo: Editora do Brasil, 2006






MOVIMENTO - UMA PRAÇA PARA AS CRIANÇAS

ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL Profª ÁUREA MELO ZAMOR

Ao Excelentíssimo Prefeito de Aracaju / Sergipe – Srº Edvaldo Nogueira
A Excelentíssima Vice Prefeita de Aracaju / Sergipe – Srª Eliane Aquino Déda

Aracaju – SE, 21 de março de 2018.

Uma Praça para as Crianças

Como seria o brincar de crianças cujo espaço de moradia é restrito, onde as ruas são utilizadas por carros e ônibus, onde a questão da segurança social impõe-lhes problemas para que fiquem sozinhas?
G. WAJSKOP

Trata o presente documento de oficializar uma reinvindicação de mães, pais, docentes, direção e funcionárias (os), além de residentes do entorno da Escola Municipal de Educação Infantil Profª Áurea Melo Zamor – a REFORMA da Praça Dario F. Nunes/ Conjunto Orlando Dantas – Bairro São Conrado, atualmente conhecida “praça da maconha”, que se encontra muito danificada em toda sua estrutura e praticamente abandonada. Considerando que:
1.      Na citada praça está localizada a escola pública de educação infantil há mais de duas décadas – acima referida que atende pedagogicamente crianças na faixa-etária dos 03 aos 05 anos de idade em dois turnos: matutino e vespertino, contando com seis turmas em cada;
2.      Na escola mencionada, apesar de haver uma ótima área livre, um “quintal”, não temos parquinho ou qualquer brinquedo instalados para o brincar livre das crianças na hora do recreio;
3.       Nossas crianças, geralmente, moram em casas muito pequenas e sem quintal, sem área livre para brincar e, portanto, ficam impedidas de viverem os saudáveis contatos com a natureza nas brincadeiras ao ar livre;
4.      A referida escola desenvolve projetos didáticos que suscitam interações educativas entre crianças e natureza;
5.      O Brasil é signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança - aprovada na Resolução 44/25 da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 20 de novembro de 1989. Nesse documento de importância e validade mais que atual, BRINCAR é reafirmado enquanto direito de toda criança;
6.      Todos os direitos da criança devem ser objetos de investimento e comprometimento dos gestores públicos no sentido de garantir a todas uma infância saudável e segura. Assim sendo teremos uma sociedade de pessoas adultas mais responsáveis, mais humanizadas e em condições de ajudar na construção de um mundo melhor;
7.      Uma praça é um equipamento social urbano muito importante para a convivência comunitária, que humaniza as pessoas e não pode ficar abandonada, pois isso implica a anulação da sua função social;
8.      Queremos uma praça cujo projeto arquitetônico considere as crianças enquanto sujeito de direitos, e seja planejada para o uso fruto delas, que têm sido as mais prejudicadas na nova configuração da cidade, pela ausência de espaços adequados ao lazer infantil nos diversos bairros, especialmente os que concentram moradias das classes populares.


Por fim apelamos não apenas aos eleitos para o executivo municipal – Srº Prefeito e Srª Vice Prefeita, mas à Eliane Aquino – mãe de criança pequena, e a Edvaldo Nogueira – avô de criança pequena: atendam o nosso pleito e recomendem um projeto de praça como sendo para as suas crianças brincarem ao ar livre. Queremos uma praça muito linda e funcional do ponto de vista infantil, pois nossas crianças precisam e têm direito ao melhor. Brincar é um direito humano universal.

Atenciosamente,

Subscrevem o presente documento as (os) abaixo-assinadas (os)

III  FESTA DO SACI

Escola Municipal de Educação Infantil Profa. Áurea Melo/Zamor
Praça Dario Ferreira Nunes S/N
Conjunto Orlando Dantas – Bairro São Conrado
Aracaju – SE
Telefone – 3179-1712
BLOG: aureamelozamor.blogspot.com
                      EMAIL: emeiaureamelozamor@gmail.com

Coordenação Geral: Marilu Anjos
Coordenação Pedagógica: Sandra Santana


III FESTA DO SACI PERERÊ: VIVÊNCIAS CULTURAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Responsáveis/propositoras e autoras do Projeto
                         Rosiane Chagas – Pedagoga
                         Sandra Maria Xavier Beiju – professora



Abrangência: um mês
Período de execução: outubro de 2012


Quando se tira da criança a possibilidade de conhecer este ou aquele aspecto da realidade, na verdade se está alienando-a da sua capacidade de construir o seu conhecimento. Porque o ato de conhecer é tão vital como comer ou dormir, e eu não posso comer ou dormir por alguém. A escola em geral tem esta prática, a de que o conhecimento pode ser doado, impedindo que a criança e, também os professores o construam. Só assim a busca do conhecimento não é preparação para nada, e sim VIDA, aqui e agora. E é esta vida que precisa ser resgatada pela escola. Muito temos que caminhar para isso, mas é no hoje que vamos viabilizando esse sonho de amanhã.
Madalena Freire.












Aracaju – SE, outubro de 2012

JUSTIFICATIVA

Acho a criatura humana muito mais interessante no período infantil do que depois de idiotamente tornar-se adulta.
Monteiro Lobato


Para inicio de conversa ou apresentação do projeto aqui posto, manifestamos a necessidade de expressar os princípios e pressupostos teóricos/metodológicos que fundamentam a nossa concepção de escola, de educação e de criança. Para nosso entendimento, escola é lugar de:

ü  Aprendizagens dos códigos escritos e lingüísticos;
ü  Construção de identidades;
ü  Desenvolver e vivenciar práticas culturais;
ü  Fazer formação humana (artística, filosófica, política, literária, científica etc)
ü  Desenvolver o protagonismo infantil/estudantil;
ü  Potencializar expressão oral, expressão corporal e desenvolvimento do pensar crítico;
ü  Criar intimidade no manuseio diário de livros e outros materiais impressos para finalidades de leitura, estudo e pesquisa ou ainda por prazer e curiosidade para aprender coisas novas;
ü  Interagir com as mídias voltadas a produção da comunicação humana.

Sendo uma escola de educação infantil, que é o nosso caso, não podemos deixar de fora da lista acima, a realização de atividades pedagógicas que primem pela ludicidade: o jogo, a fantasia, a magia, visando “explorar” o imaginário infantil no processo de construção e apropriação dos conhecimentos por meio dos conteúdos propostos.
Entende-se a criança como um ser histórico em pleno desenvolvimento psico-emocional e intelectual, especialmente na fase da vida escolar, com capacidades múltiplas de aprendizagem e com capacidades criativas. Crianças são seres que sonham, ficam alegres, ficam tristes, sentem desejos, têm vontades e sabem dizer o que pensam sobre as coisas que lhes apresentamos, como por exemplo, as tarefas escolares. Criança interage com as práticas socais e produz cultura. Nós pessoas adultas, precisamos exercitar muito mais a “paciência” para ouvir, para olhar e para compreender a criança como sujeito.
Fundamentado da concepção de educação como um fazer que exige ação e reflexão críticas e está sempre em volta de desafios, contradições e complexidades, visto que é uma prática humana, nasceu o projeto aqui apresentado. A idéia veio de uma “descoberta” em pesquisa na internet, visando a “inovação” do calendário de “datas comemorativas” que ano a ano nos é oferecido na escola, como parte do planejamento anual do trabalho letivo.  Eis que descobrimos que o último dia do mês de outubro passou, em alguns municípios do Brasil e no estado de São Paulo, a ser declarado dia Nacional do Saci. No interior de São Paulo um grupo de pessoas criou uma organização denominada Sociedade dos Observadores de Saci – SOSACI, para realizar a festa do Saci anualmente. Essa iniciativa, informa o texto acessado na internet, tem a intenção de fazer contraposição a “invasão” da festa em comemoração ao dia da bruxa – cultura tipicamente originária de país norte americano, pois como nos diz Lobato: Nada de imitar seja lá quem for. Temos de ser nós mesmos. Ser núcleo de cometa, não cauda. Puxar fila, não seguir.
Como é sabido, o Saci é um personagem do folclore brasileiro bastante conhecido das crianças. No mês de agosto faz-se “estudos” sobre esse ser encantado. Daí vem à possibilidade de criação de novas e mais amplas atividades e ações pedagógicas. A proposta foi discutida e todo turno matutino se envolveu com a realização da Festa do Saci. Nesse ano de 2012, a escola fez a III edição da referida festa.
A motivação pedagógica mais forte e que embalou toda a preparação da festa foi fazer o mergulho literário com as crianças, na obra do escritor Monteiro Lobato. Foi um acervo literário vasto, vários livros da autoria do citado escritor foram selecionados para leitura e manuseio por parte das crianças, sendo todo esse trabalho coordenado pela pedagoga do turno matutino da escola, que já promove há anos um trabalho de Sala de Leitura e tentativas de articulação desse trabalho com as práticas nas salas de aulas. Além, do estudo literário de Monteiro Lobato, outros autores que escreveram sobre o Saci também participaram do estudo. Como complemento as leituras, houve exibição do vídeo com a série de TV Sítio do Pica Pau Amarelo. Nessa construção cada professora planejou estudo de personagens específicos, selecionou textos para leitura coletiva, orientou produção e ilustração textual, representação de personagens e criação de peças teatrais. Outro elemento importante nessa ação pedagógica foi a música. Nesse sentido, a pedagoga do turno matutino providenciou um repertório musical voltado à temática em estudo, e todas as manhãs apresentou as crianças na atividade “Bom dia, com cantoria”. As atividades aconteceram durante todo mês de outubro e no dia 31, tivemos o ponto alto – a Festa do Saci, com todos os convidados e as convidadas
Essa é uma ação pedagógica que envolve prática e vivência cultural articulada a processos de aprendizagens de conhecimentos. É notável que as crianças aprendem sobre Monteiro Lobato; que aprendem sobre o papel dos seres encantados – Saci e seus amigos – como protetores da natureza; que se sentem felizes e valorizadas sendo protagonistas nas atividades; que melhoram na sua capacidade de expressão oral e expressão corporal e por fim, observa-se um interesse muito forte por livros de literatura e outros livros também. Estão sempre folheando, olhando gravuras e fazendo perguntas sobre o que enxergam nos livros.

OBJETIVOS
1.    Promover ação pedagógica como prática cultural na educação infantil, visando não só a produção apropriação de conhecimentos por parte das crianças, mas por meio do protagonismo, melhorar a expressão da oralidade e a expressão corporal;
2.    Motivar a criação de identidades culturais na infância;
3.    Potencializar o texto literário infantil como elemento de mediação na construção da leitura e da escrita de forma prazerosa, lúdica e criativa;
4.    Estimular o imaginário infantil nos aspectos da fantasia, da magia, da alegria, visando desenvolver as capacidades de criação e autonomia do pensamento.
COMPONENTES CURRICULARES
ü  Oralidade e corporalidade;
ü  Literatura e relação com escrita e leitura;
ü  Vivência cultural;
ü  Linguagem teatral;
ü  Experiência estética de representação;
ü  Identidade cultural;
ü  Vivência coletiva;
ü  Interpretação musical.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
ü  Leituras coletivas – estudo da obra de Monteiro Lobato;
ü  Ensaios musical;
ü  Produção textual;
ü  Ilustração textual;
ü  Estudo de personagens escolhidos;
ü  Representação teatral;
ü  Exibição de vídeos da Série Sítio do Pica Pau Amarelo;
ü  Pesquisa usando recurso da internet;
ü  Situando espaço geográfico no mapa;
RESULTADOS OBTIDOS
ü  Melhoria na expressão da oralidade;
ü  Melhoria na expressão corporal;
ü  Ampliação do interesse por livros de literatura;
ü  Crianças com conhecimentos sobre Monteiro Lobato;
ü  Crianças compreendendo o papel dos seres encantados, como o Saci e os seus amigos, na defesa e proteção da natureza;
ü  Encantamento das crianças com os personagens estudados, especial mente o Saci Pererê;
ü  Melhoria na capacidade de criar narrativas e recriar textos que foram lidos coletivamente;
ü  Ampliação do vocabulário infantil;
ü  Ampliação do universo cultural.






REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei Federal nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental.
Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da
Educação. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 2002 – 3v.: il. - Volume 1: Introdução; Volume 2: Formação pessoal e social; Volume 3: Conhecimento de mundo.

Resolução  nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Diretrizes Curriculares Nacional Para a Educaçao Infantil.

KRAMER, S. Com a pré-escola nas mãos: uma alternativa curricular. São Paulo: Ática, 1999.

KISHIMOTO, Tizuto Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo:
Pioneira, 2003.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 16. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

MEIRELES, Cecília. Problemas da literatura infantil. 3ª. Edição – Rio de Janeiro: Nova Frontreira, 1984.

WEFFORT, Madalena Freire. A paixão de conhecer o mundo. 9ª. Edição   Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983